CAXIAS – Fruto da parceria entre o Senac e a Associação do Residencial Eugênio Coutinho (AAMOREC), o evento “O Lixo como Oportunidade de Empreender” foi realizado com o objetivo de qualificar pessoas de baixa renda contribuindo para criação de conhecimento, oportunidades, geração de renda e inserção no mercado de trabalho.
Na programação – além da exposição de peças confeccionadas a partir de objetos que iriam para o lixo, realizada pelos alunos do curso de “Artesanato com Material Reciclado” – houve a participação do consultor do Sebrae, Paulo Gilberto Moura, que ministrou uma palestra sobre o tema que deu nome à ação. O intuito desse momento foi ensinar táticas para empreender e como colocar suas ideias em prática para constituir um negócio, especialmente na área de materiais reciclados ao público participante. O artesanato produzido a partir de materiais reciclados consiste em agregar valores, uma vez que o lixo é transformado em arte. “Participar dessa transformação como instrutora me deixa extremamente feliz e realizada, pois posso ver que a determinação e a força de vontade de cada aluno foi além do eles esperavam”, afirmou Francisca Pinheiro, instrutora do curso de Artesanato com Material Reciclado.
Segundo a revista Veja, cerca de 60 milhões de toneladas de lixo são produzidas em solo brasileiro. Parte desses resíduos é coletada e reaproveitada por cooperativas e grandes companhias de reciclagem e infraestrutura. Outra parte, jogada no meio ambiente, transforma-se em suplício para comunidades carentes que vivem próximas de lixões e aterros. Contudo, ainda existe um percentual que pode ser utilizado de outra forma.
Percebendo a possibilidade de se iniciar um negócio a partir de resíduos, pois em muitos casos é mais lucrativa e viável do que utilizar matéria prima virgem, pessoas têm se interessado por esse segmento e investido. De acordo com um estudo do Sebrae, 46% dos pequenos empresários pesquisados identificam oportunidades de ganhos com resíduos – e 48,3% utilizam materiais reciclados em seu processo produtivo. “É muito mais comum eles entrarem em negócios com resíduos por razões econômicas do que pelo puro ato da sustentabilidade. O objetivo é o lucro”, diz Carlos Silva Filho, presidente da Associação Brasileira das Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (ABRELPE).
O projeto beneficiou moradores que tinham o desejo de empreender e pessoas que buscavam por uma capacitação para gerenciar seu próprio negócio e ganhar autonomia. “Estamos muito felizes e gratos ao Senac em Caxias pela oportunidade que está proporcionando aos Moradores do Residencial Eugenio Coutinho, pois temos um sonho e o projeto de uma Feira em nosso Residencial, mostrando o potencial de mercado que temos para toda esta região incentivando também o pequeno produtor, e assim melhorar qualidade de vida de muitas famílias. Nós acreditamos nisso e esta parceria com o Senac nos incentivou ainda mais a realizar tal sonho, auxiliando nossos tão logo, microempreendedores”, disse Wagner Monte, presidente da AAMOREC.
